Suicídio entre crianças e adolescentes
[Aviso de gatilho: suicídio]
Este é um assunto que incomoda, que dá medo, que dá um nó na garganta, mas sobre o qual ainda precisamos falar, porque tendemos a subestimar e porque há muito o que podemos fazer pra tentar evitar: como indivíduos, como família, como amigos, como instituições e como comunidade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa se suicida a cada 40 segundos. Há cerca de 800 mil suicídios por ano em todo o mundo e, para cada suicídio, há cerca de 20 tentativas. São vidas que se perdem e deixam cicatrizes profundas em todos os que cercam a vítima.
Segundo o documento Understanding Suicide, Suicide Attempts and Self-harm in Primary School Aged Children [Entendendo suicídio, tentativas de suicídio e autolesão em crianças da educação primária], da fundação australiana Headspace, não há registros de suicídios em crianças abaixo de 5 anos, mas, a partir dos 6, a maior parte delas já entende que todas as pessoas morrerão um dia, e muitos já viram algum caso de suicídio na televisão ou na internet. Além disso, a partir de 8 anos, estudos mostram que crianças normalmente já são capazes de entender o conceito de suicídio e como ele funciona.
Um levantamento realizado pela OMS registrou 9.368 casos de suicídio entre crianças de 10 a 14 anos e 52.750 casos entre adolescentes de 15 a 19 anos em 2016. Este mesmo levantamento mostrou que esta era a segunda causa de morte entre mulheres de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas das “condições maternas” (mortes decorrentes de complicações na gestação e no parto). Entre os homens, era a terceira causa de morte, atrás de acidentes de trânsito e violência interpessoal, como brigas, por exemplo.
Os meninos ainda são a maioria das vítimas, talvez por causa da maior dificuldade em expor seus próprios sentimentos e o maior acesso a métodos violentos (coisas que podemos rever na educação que damos a eles).
De qualquer forma, não podemos reduzir ou simplificar os motivos que levam uma pessoa ao suicídio, porque a causa é sempre complexa e multifatorial. Por isso a importância de falarmos sobre este assunto neste Setembro Amarelo, Mês da Prevenção ao Suicídio.
Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, busque um adulto de confiança, um profissional de saúde mental ou ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV). O telefone é 188.