Fatores de proteção
[Aviso de gatilho: suicídio]
Da mesma forma que alguns fatores são considerados de risco para a possibilidade de suicídio para crianças e adolescentes, há aqueles que as protegem.
Por mais que queiramos segurança total, respostas prontas e soluções mágicas, a vida não é assim. A vida é cheia de eventos inesperados e cada um tem sua própria percepção dos fatos, dependendo de fatores genéticos, pessoais ou coletivos.
Nós somos fundamentais para a vida dos nossos filhos, mas eles também são seres únicos e independentes de nós, e não podemos ter controle sobre tudo. O que nós podemos fazer é nos esforçar para que os jovens cresçam num ambiente saudável, que os proteja mais do que os exponha.
Vínculos e comunicação são os principais aspectos, mas a psicoeducação também entra como uma ferramenta muito importante. O acesso à informação de qualidade sobre saúde mental e suicídio para crianças, adolescentes, pais, educadores e profissionais de saúde permite a rápida identificação de indivíduos em risco, ajuda a quebrar tabus e aumenta a empatia.
Os fatores de proteção contra o suicídio são aspectos aos quais podemos prestar atenção e nos quais podemos investir para preservar a vida e o bem-estar dos mais jovens. São eles:
Indivíduo
Nutrição adequada.
Boa saúde física.
Acesso à educação socioemocional, que ajude a reconhecer e lidar melhor com suas próprias questões.
Boa autoimagem e valorização de suas conquistas.
Confiança em si mesmo e na sua capacidade de resolver os próprios problemas.
Ter outros adultos em quem confiar, além dos pais ou responsáveis.
Solicitar e aceitar ajuda quando está passando por momentos difíceis.
Família
Laços familiares fortes.
Acolhimento e apoio para qualquer questão que surja.
Agilidade na identificação, na proteção e no encaminhamento profissional em casos de abuso.
Agilidade na identificação e no tratamento de crianças com condições psiquiátricas ou sofrimento emocional.
Pais atentos, participativos e abertos para a comunicação, que sabem ouvir e ajudar com seriedade, sensibilidade e respeito.
Pais que supervisionam as atividades dos filhos.
Educação com valores claros e fortes.
Regras claras e coerentes.
Harmonia e estabilidade familiar.
Planejamento familiar e família de configuração pequena.
Segurança econômica.
Não acesso a itens que representem risco, como facas, armas, medicamentos, bebidas alcoólicas, venenos, produtos de limpeza etc.
Escola
Sensação de pertencimento.
Clima positivo.
Estímulo à responsabilidade, à cooperação e à solidariedade.
Oportunidade de ter sucesso e reconhecimento nas atividades escolares.
Regras claras e resposta rápida contra qualquer tipo de violência.
Profissionais que acolham com respeito e sem julgamentos as questões dos alunos.
Sociedade
Participação nas atividades de algum grupo: social, religioso, esportivo, artístico etc.
Identificação com sua própria cultura e orgulho de suas origens.
Acesso a serviços de saúde e grupos de apoio.
Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, busque um adulto de confiança, um profissional de saúde mental ou ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV). O telefone é 188.
Fontes:
Prevenção do suicídio: Manual para professores e educadores, da Organização Mundial da Saúde (OMS); e Understanding Suicide, Suicide Attempts and Self-harm in Primary School Aged Children, da fundação australiana Headspace.
Leia também a respeito das estatísticas sobre suicídio de crianças e adolescentes e sobre os fatores de risco para que isso aconteça.