Segurança online: Que cuidados os pais podem ter?
No post anterior, falamos sobre riscos que nossos filhos podem correr na internet, como a exposição da privacidade, a permanência de tudo o que se posta, o grooming (adultos que tentam seduzir crianças e adolescentes), roubo de dados, cyberbullying (o bullying no ambiente virtual), catfishing (pessoas que se passam por outras), conteúdos inadequados e download de malwares (como vírus).
No entanto, proibir o uso da internet, além de privar seu filho de uma série de possibilidades de aprendizados e interações, pode ser entendido mais como punição do que como cuidado.
Então o que nós, pais, podemos fazer para ajudar nossos filhos a usar essa ferramenta de forma segura e saudável? Basicamente: diálogo, participação e orientação.
Diálogo e acolhimento
Mantenha-se aberto para o diálogo, de forma que seu filho se sinta à vontade para compartilhar com você se estiver incomodado com alguma coisa. Evite julgar, culpar e se exaltar demais caso ele compartilhe um problema com você, mesmo que seja muito sério. Isso pode fazer com que ele tenha receio de voltar a falar com você sobre os próprios problemas no futuro.
Ao mesmo tempo, tente não menosprezar problemas que você julgue mais simples, como uma briga com os amigos, por exemplo. É importante validar as experiências e os sentimentos dos seus filhos. Deixe claro que você estará ao lado deles em qualquer situação.
Aproveite para ajudar seu filho a lidar de forma saudável com sentimentos ruins, como raiva, tristeza, inveja e frustração. Ou seja, aprender a reconhecer o que sente diante das situações, acolhendo esses sentimentos e buscando formas de lidar com eles. A pior forma certamente é negar esses sentimentos e empurrá-los para debaixo do tapete. Com o tempo, a pessoa acaba se sentindo mal sem nem saber por que ou perde a confiança nos próprios instintos para perceber quando algo está errado. Sem saber qual o problema, como superá-lo?
Mostre sempre ao seu filho que ele é amado do jeito que é. Afinal, cada pessoa é de um jeito e não tem nada de errado com isso.
Participação e supervisão
Passar tempo online com seu filho e acompanhar suas experiências virtuais é a melhor maneira de dar bons exemplos de conduta e de conhecer os gostos dele. Interesse-se pelos amigos, pergunte sobre os jogos e grupos, oriente. A melhor forma de decidir se algum conteúdo é adequado ou não para o seu filho é assistindo com ele seus youtubers favoritos, por exemplo. Só você pode saber se aquele conteúdo está de acordo com seus valores, se você o considera inofensivo ou não. Ao assistir, comente, pontue o que você acha legal e o que você não acha em cada vídeo. Assim, se tiver que proibir alguma coisa, os motivos estarão muito claros.
Outro cuidado bacana é evitar deixar o computador dentro do quarto do filho. Se o computador estiver num lugar de uso comum da família, fica muito mais fácil supervisionar o uso e orientar algum comportamento que você julgue inadequado. A supervisão é fundamental para que você não seja surpreendido com um problema depois que ele já cresceu demais.
Orientação e cuidados
Fale abertamente com seu filho sobre os perigos online: quais são, por que são perigosos, como se proteger e o que fazer se alguma coisa der errado. Ensine-o, por exemplo: a proteger a própria privacidade, aprendendo a pensar bem antes de compartilhar mensagens, imagens e dados pessoais; a não falar com desconhecidos e avisar você caso receba alguma abordagem estranha; a bloquear pessoas que não o tratem com respeito; e a tratar os outros como gosta de ser tratado.
Coloque um antivírus no seu computador, o mantenha atualizado e oriente a criança ou o adolescente a não navegar em sites duvidosos, a não abrir e-mails e links vindos de pessoas desconhecidas e a não fazer downloads antes de falar com você.
Além disso, informe-se e faça uso dos controles parentais disponíveis nos aplicativos e dispositivos que seu filho usa.
Mostre que, com cuidado e responsabilidade, ele pode usufruir de toda informação e diversão que a internet proporciona. E que, fazendo isso, pode ainda ser um bom exemplo para os amigos da mesma idade.
Fonte: Kids Helpline (Austrália)
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