Cyberbullying: agressões virtuais e danos reais
Quando falamos de bullying, estamos falando de agressões, intimidações e ridicularizações constantes contra uma pessoa. Ou seja, não estamos falando de brigas isoladas em contextos específicos, mas daquelas situações em que uma pessoa é sistematicamente constrangida por outra ou por um grupo de pessoas.
Mas e o cyberbullying? O que de fato o caracteriza? Bom, neste caso, vemos a perseguição e a violência do bullying ocorrendo no meio digital. São comportamentos que podem caracterizar o cyberbullying:
Fazer ou dizer coisas que façam o outro se sentir mal, ameaçado ou constrangido.
Xingar ou provocar o outro.
Inventar e espalhar histórias para desmoralizar o outro.
Fingir ser outra pessoa para enganar alguém.
Criar um perfil falso para falar coisas ruins sobre outra pessoa ou fingir que é ela.
Publicar coisas ruins sobre outra pessoa ou expor a intimidade dela.
Excluir ou fazer uma pessoa se sentir excluída de um grupo de propósito.
Marcar a pessoa em imagens inapropriadas.
Trolar, fazer memes ou imitar o outro de forma que ele fique chateado.
Pressionar o outro para fazer algo que ele não queira.
Insistir em fazer e dizer coisas que deixam o outro chateado mesmo quando ele já pediu para parar.
Invadir contas privadas para ler mensagens pessoais do outro ou para deletar e editar seus posts.
Porém, além de passar por esse tipo de agressão, a vítima do cyberbullying pode enfrentar situações muito mais difíceis, porque esses conteúdos ofensivos podem ser públicos e muitas pessoas o verem. Além disso, eles podem se espalhar rapidamente, e é muito difícil controlar e eliminá-los depois que caem na internet. Pra piorar, o agressor ainda conta com a vantagem de poder fazer todo esse estrago no anonimato.
Muitas vezes, a vítima de cyberbullying pode sofrer em silêncio, com medo ou envergonhada. Então os pais devem estar atentos aos sinais que ela pode dar, como:
Parecer ansiosa, assustada, estressada, envergonhada e mal consigo mesmo (menos autoestima e autoconfiança que antes).
Sentir-se mal fisicamente e ter dores de cabeça.
Passar a ter padrões de sono diferentes: começar a dormir demais ou ter insônia.
Isolar-se.
Mudar o comportamento ao receber uma mensagem, um e-mail ou quando está navegando na internet.
Checar as mensagens toda hora ou abandonar o telefone de uma hora para a outra.
Deletar perfis e contas online.
Expressar desejo de sumir ou fugir.
Dar algum sinal de comportamento autodestrutivo.
Não querer ir para a escola.
Sentir-se mal durante as aulas e não conseguir ficar na escola.
Ter dificuldade para se concentrar e focar em outras atividades.
Perder o interesse por coisas pelas quais se interessava antes.
É importante sempre estar aberto ao diálogo e mostrar ao seu filho que ele pode contar com você em qualquer situação, que o problema está no agressor e não nele e que ele pode e vai superar isso. Além disso, notifique a escola, caso a situação esteja ocorrendo com colegas da instituição, e o ajude a fazer as denúncias necessárias.
Se ele vier até você com queixa de estar sofrendo esse tipo de assédio, oriente-o a:
Deixar claro para o agressor que não está gostando do que ele está fazendo e pedir para parar.
Sair do grupo, da conversa ou do jogo.
Começar outra partida do jogo com outras pessoas.
Desconectar e dar um tempo longe da internet.
Se não for suficiente, bloquear a pessoa e denunciá-la para: o site, aplicativo ou desenvolvedor do jogo; para a SaferNet; e, se necessário, para a polícia.
Dar print na tela para ter evidências caso uma denúncia seja necessária.
Ter o apoio dos amigos e da própria família num momento desses faz toda a diferença.
Fonte: Kids Helpline (Austrália)